Atenção redobrada, participação coletiva e uso de tecnologia são essenciais para evitar a ação de bandidos

No conto de fadas da chapeuzinho vermelho, o Lobo Mau, vilão da narrativa, se disfarça de vovozinha para conquistar a confiança da protagonista da história e tentar devorá-la. Em uma contemporâneidade repleta de lobos maus a rotina não é diferente, bandidos têm utilizado fardas e uniformes de empresas prestadoras de serviços para acessar condomínios residenciais e comerciais na tentativa de promover assaltos ou realizar furtos. Por isso todo cuidado é pouco. Administrações condominiais já adotam uma série de medidas que vão de cartilhas ao reforço tecnológico  para aumentar a tranquilidade de moradores. O CORREIO conversou com especilistas para listar os principais cuidados que devem ser tomados na segurança de condomínios e evitar que lobos maus assustem sua vizinhança.

Com sete anos de expência em gestão condominial, o administrador Valdir Barbosa explica que com a insegurança crescente em escala nacional, condôminos e administradores devem ser atuantes, e o cuidado não pode estar restrito aos investimentos em sistemas tecnológicos. “É notável que a portaria é um ponto de máxima atenção. O porteiro do condomínio deve estar atento e não pode se deixar enganar pela farda, exigindo identificação funcional, checando a visita com o morador e até mesmo diretamente com a empresa”, recomenda ele.

Morador
Além do porteiro, o morador deve assumir a responsabilidade de acompanhar o prestador de serviço a todo momento. “Há algum tempo o funcionário de uma empresa que estava executando um serviço no condomínio se aproveitou de um momento de distração e furtou itens de um morador”, relata Barbosa. “Como tínhamos sistema de câmeras conseguimos identificar o culpado de imediato”, completa.

Um outro aspecto destacado por ele é a conexão com a Polícia Militar. A administração deve estreitar os laços e uma das opções para isso é o projeto vigilância participativa, que oferece capacitação em segurança oferecida gratuitamente pela própria PM para porteiros e profissionais que atuam em condomínios.

“É notável que a portaria é um ponto de máxima atenção. O porteiro do condomínio deve estar atento e não pode se deixar enganar pela farda, exigindo identificação funcional, checando a visita com o morador e até mesmo diretamente com a empresa” – Valdir Barbosa, síndico

Vigilância Participativa
Uma das ferramentas que está à disposição dos condomínios, mas nem todo síndico tem conhecimento, é o Projeto Vigilância Participativa, iniciativa criada para aumentar a integração entre a comunidade e a Polícia Militar. Segundo o Capitão Bruno Ramos, a iniciativa  pode ser solicitada pelo conselho comunitário da região, diretamente com a Companhia de Polícia que atua na área. “Nós recomendamos que as administrações condominiais de uma mesma área unam-se em associação e solicitem o curso para que possamos formar uma turma com os profissionais de segurança que trabalham nos condomínios da região”, aconselha o militar.

Durante a capacitação os porteiros e seguranças de condomínio recebem instruções sobre ações preventivas e estratégias para melhorar a eficiência na vigilância condominial. “Checagem de identidade, cadastro na portaria, entre outros. Indicamos o posicionamento do videomonitoramento no entorno para que em uma necessidade futura a polícia possa usar o material em uma investigação”, diz.

Olho nas fardas
A atenção com funcionários externos, segundo o capitão, sempre deverá ser redobrada, e alguns aspectos rotineiros podem melhorar bastante a sensação de segurança. “Para funcionários de empresas de energia e água sempre há um período exato do mês para medição. Se o funcionário aparece fora da data o porteiro deve suspeitar”, ressalta. “Se é um serviço pontual, o morador deve informar à portaria antes e se responsabilizar pela presença do prestador. Se houver algum tipo de suspeita, é só ligar para o 190″, conclui.

Identificação  Sempre peça crachá com documentos pessoais do prestador de serviço e se possível mantenha um cadastro na portaria. O profissional deve estar sempre identificado com farda.

Aviso Os condôminos que contratarem serviços de  telefonia, banda larga, tv por assinatura ou obras deve comunicar a visita do profissional com antecedência à administração para evitar riscos desnecessários.

Circulação Se o condomínio não dispuser de acesso específico para funcionários e prestadores de serviço, o trânsito desses profisisonais  deve ser restrito ao apartamento, evitando a circulação por áreas comuns. Caso necessário, o morador deve acompanhar o profissional.

Monitoramento  O sistema de videomonitoramento deve estar sempre ativado e contar com manutenção permanente, pois o material poderá ser usado na investigação de alguma ocorrência.

Delivery e Entregas É recomendado que o morador que solicitar o serviço  deve se deslocar até a portaria no momento da entrega para evitar que o desconhecido transite sem acompanhamento pelo condomínio.

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