Depois de dois anos em desenvolvimento, a HP apresentou a chamada “The Machine”, iniciativa da companhia para implementar um novo tipo de arquitetura para computadores, fugindo do modelo tradicional que funciona em torno de processadores.

PC ‘comum’ resolve equações complexas mais rápido que supercomputadores

A HPE (Hewlett-Packard Enterprise, braço corporativo nascido da cisão da HP). O grande diferencial desse tipo de sistema é o fato de que o processamento de informações se dá, principalmente, por meio de conjuntos de memória, criando um modelo que não tem nas CPUs fatores determinantes de desempenho.

Quantidades enormes de memória persistente e conexões fotônicas ajudam a explicar a ideia por trás da The Machine (Foto: Divulgação/HPE)
Quantidades enormes de memória persistente e conexões fotônicas ajudam a explicar a ideia por trás da The Machine (Foto: Divulgação/HPE)

Embora tudo que exista do projeto, no momento, seja protótipo, os resultados parecem animadores. Segundo a HPE, o computador baseado em módulos de memória é mais até 8 mil vezes mais rápido para processar informações do que uma máquina convencional.

O computador funciona usando uma grande quantidade de memória persistente (é o que o nome diz: memória que funciona como a RAM, mas cujos dados armazenados são mantidos, mesmo depois que o computador é desligado). O protótipo da HPE tem 2,4 terabytes desse tipo de memória, que é onde os dados ficam armazenados para processamento.

A conexão entre a memória e o processador que, embora menos relevante, é parte do computador, é feita por pontes fotônicas de silício: é como se as vias que ligam os componentes do computador fossem de fibra ótica, oferecendo velocidades de transmissão de dados altíssimas entre todos os bancos de memória e os processadores. Isso faz com que o computador tenha acesso a 2,4 terabytes de memória persistente de forma extremamente rápida.

Essa ponte rápida permite que dados sejam movidos a velocidades extremamente altas, efetivamente criando um efeito em que o que determina a capacidade de processamento do computador é mais a quantidade de “RAM persistente” do que a frequência do processador.

Segundo a HPE, esse tipo de arquitetura é escalável: pode rodar em servidores caríssimos, mas também em computadores domésticos de todos os formatos, em celulares e dispositivos com Internet das Coisas. Entretanto, uma ruptura nos designs usados atualmente nesses dispositivos é improvável, abrindo espaço para que as primeiras máquinas construídas em torno dos avanços realizados com a The Machine sejam servidores comercializados pela HPE. Independente disso, estima-se que os primeiros computadores, servidores ou não, usando esse tipo de arquitetura comecem a ser vendidos em 2019.

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