Em projeto piloto, rede Hirota inaugura unidades totalmente automatizadas, sem a presença de funcionários; loja vai funcionar dentro de um contêiner adaptado e oferecer de bebidas a pratos prontos

Em tempos de pandemia, a casa ganhou outras funcionalidades. Virou escritório, academia, cinema, por exemplo. A transformação foi rápida para que todos, mesmo confinados, pudessem manter a vida dentro de uma certa normalidade. Agora a casa pode ser também a própria loja física do supermercado.

Em meados do mês, a rede de supermercados Hirota inaugura duas lojas em áreas comuns de dois condomínios residenciais em São Paulo. Totalmente automatizada e sem a presença de gente, a loja vai funcionar dentro de um contêiner adaptado, inclusive com uma parte refrigerada e vitrine. A intenção é fazer dessa pequena loja uma espécie de despensa, o lugar da casa onde os antigos guardavam os mantimentos.

“Com a pandemia, percebemos que muitos não queriam ir ao supermercado, principalmente os idosos, que começaram a pedir as compras por WhatsApp. Daí, surgiu a ideia de montarmos pequenas lojas dentro de condomínios”, diz o diretor da rede, Hélio Freddi.

Batizado de Hirota Express em Casa, o modelo de loja terá dois tamanhos: 15 e 30 metros quadrados. Em média, serão oferecidos 500 itens, entre alimentos, bebidas, artigos de higiene e limpeza, frutas, verdura, legumes e itens refrigerados, como carnes e pratos prontos.

Por meio de um aplicativo, o cliente cadastra a biometria ou QRCode. Essas serão as chaves para abrir a porta da loja. Dentro, escolhe os produtos e paga no cartão, após passar as compras pelo self check-out. Todo o ambiente é filmado. “Não há contato humano”, diz Freddi. Duas vezes na semana, o funcionário repõe itens e limpa a loja.

Eduardo Terra, presidente do Sociedade Brasileira de Varejo, diz que o modelo de negócio é inovador. “A pandemia criou uma jornada de consumo diferente: ao invés de as pessoas irem à loja, a loja vai até elas.” Isso funcionou inicialmente com a aceleração do e-commerce e da venda por meio de aplicativos de entrega. Agora a loja dentro de condomínios faz todo sentido, argumenta. “Aquela jornada do consumidor saindo de casa, pegando elevador e ônibus, virou a vilã da contaminação no momento.”

DESENTUPIDORA SANTO AMARO

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